Hiperespaços de Aprendizagem
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
domingo, 13 de novembro de 2011
O virtual como paradigma para a educação
Defina-se primeiramente virtual. Segundo Levy (1996) ,
Bibliografia
... a palavra virtual
vem do latim medieval virtualis, derivado, por sua vez, de virtus, força, potência...
|
Nas suas considerações, Levy (1996) retira a oposição entre o real e o virtual. Para
ele, virtual deve ser considerado como algo que existe em potência:
... é como
o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha
uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que
chama um processo de resolução, a atualização...
|
Esta ideia de
potência é reforçada por Melaré, citando Levy:
A árvore está virtualmente
presente na semente.
|
Segundo Lévy (1996) , o virtual pode
ser oposto ao atual, porque o virtual carrega uma potência de ser, enquanto o
atual já é. Este é alimentado pelo real, mas não é real, pois é desprovido de
materialidade. Ao falarmos de virtual, segundo Melaré (2010, p. 3) , falamos de elementos e características que o
constituem.
O virtual surge como um espaço recheado de novos espaços
nele contidos. É um local quase que atemporal, pois todos podem gerir os seus
tempos de forma individual. Possui um linguagem própria cheia de simbologia e
imagens. Aí as palavras ganham novos e mais intensos significados. Existe uma
interação entre os vários utilizadores e verifica-se uma atualização constante
das informações nele contidas. O virtual surge na sua forma potencializado pela
tecnologia.
Com
as suas particularidades o virtual emerge com um espaço especial com
características próprias. Debrucemo-nos sobre
algumas das suas características enumeradas por Melaré (2010, pp. 8-16) :
Quadro 1- Tabela baseda em
Melaré (2010)
Tendo em conta estas características poderemos verificar
que existe uma diversidade de opções que podem potencializar a educação. A
evolução constante da tecnologia tem impulsionado a educação para novos rumos,
enfatizando a utilização de novas ferramentas, propiciando uma evolução no
processo de aprendizagem (Braga, 2001) .
No seu estudo a comunidades virtuais, Henri e Pudelko (2003) lembram que a aprendizagem é um
processo social, mesmo em ambientes virtuais, e que a participação nas
comunidades leva sempre a uma aprendizagem. As comunidades de aprendizagem permitem,
assim, um conhecimento mais profundo dos conteúdos e mais interacão entre eles.
Tal como neste estudo as características do virtual que podem ser usadas na
educação, seja ele formal (depende de uma instituição) ou
informal (depende do indivíduo).
A flexibilidade existente em ambientes virtuais de
aprendizagem promove o uso dos diferentes estilos de aprendizagem. Tal fica a dever-se ao facto de existir a possibilidade de utilizar
estratégias, atividades e materiais em formatos diversificados que melhor se
adequem às diferentes formas de apreensão e transformação da informação
inerentes aos diversos tipos de aprendentes. (Goulão, 2011)
Para Moran (2010) , educar é colaborar
para que professores e alunos transformem suas vidas em processos permanentes
de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu
caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das
habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar
seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornar-se cidadãos realizados
e produtivos. O
conhecimento dos estilos de aprendizagem pode contribuir para ajudar a adequar
o ambiente virtual de aprendizagem às necessidades e características da sua
população alvo, os aprendentes.
O virtual muda a relação de
espaço, tempo e comunicação com os alunos. O espaço de trocas aumenta da sala
de aula para o virtual. O tempo de enviar ou receber informações amplia-se para
qualquer dia da semana. O processo de comunicação dá-se em qualquer espaço. O
papel do professor convencional será um papel de animação e coordenação muito
mais flexível e constante, que exige muita atenção, sensibilidade, intuição e
domínio tecnológico.
Se por um lado o virtual tem
todas as características como fonte de aprendizagens significativas, pois
permite ao comum utilizador executar formalmente e informalmente qualquer
tarefa, por outro lado inflige igualmente um maior dispensa de atenção ao
mesmo. Estando o virtual em constante mutação, há que manter-se atualizado e
isso requer um enorme esforço por parte do educador. A dinâmica que os
conteúdos têm modificado e a forma como se atualizam requer constante formação.
Ademais, cada vez que a escola se apetrecha de artefactos tecnológicos e devido
a curta durabilidade a nível de atualidade, parece que já coexiste uma nova
tendência.
No entanto,
há que ter em conta que estamos perante novos aprendizes com perfis diferentes (Prensky,
2001) ,
teremos que mudar de estratégias (Siemens & Tittenberger, 2009) de forma a evitar
erros passados (OECD/CERI, 2007) .
Bibliografia
Braga, M. (2001). Realidade
Virtual e Educação. Obtido em 2 de 11 de 2011, de Revista de Biologia e
Ciências da Terra:
http://eduep.uepb.edu.br/rbct/sumarios/pdf/realidadevirtual.pdf
Fundação Mozilla. (s.d.). The Modzilla Manifesto.
Obtido em 8 de 11 de 2011, de http://www.mozilla.org/about/manifesto.pt-br.html
Goulão, M. F. (2011). Estilos de Aprendizagem, ambientes
virtuais de aprendizagem e autoaprendizagem. (D. Barros, Ed.) Obtido em 1
de 11 de 2011, de Estilos de aprendizagem na atualidade-volume 1:
http://www.fileden.com/files/2011/9/21/3199035/artigo%2010.pdf
Henri, F., & Puldeko, B. (2003). Understanding and
analysing activity and learning in virtual communities. Obtido em 3 de 11 de
2011, de
http://hal.archives-ouvertes.fr/docs/00/19/02/67/PDF/Henri-France-2003.pdf
Levy, P. (1996). O que é o virtual? Obtido em 17 de
10 de 2011, de Google books:
http://books.google.pt/books?id=IeNw_sOADVEC&lpg=PP1&dq=o%20que%20%C3%A9%20o%20virtual&hl=pt-br&pg=PA7#v=onepage&q&f=false
/ http://www.slideshare.net/SusieFreitas/o-que-o-virtual-de-pierre-levy
Melaré, D. (s.d.). O Virtual. Obtido em 17 de 10 de
2011, de Moodle Universidade Aberta:
http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/resource/view.php?id=1319321
Melaré, D. (10 de 2010). O virtual como novo espaço
educativo. Obtido em 17 de 10 de 2011, de Moodle Universidade Aberta:
http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=1319311
Moran. (9 de 2010). Ensino e aprendizagem inovadores com
tecnologias. Obtido em 3 de 11 de 2011, de Informática na Educação:
Teoria & Prática: http://www.eca.usp.br/prof/moran/inov.htm
OECD/CERI. (2007). Learning in the 21st Century:
Research, Innovation and Policy. (OECD/CERI, Ed.) Obtido em 5 de 2011, de OECD/CERI
International Conference: http://www.oecd.org/dataoecd/39/51/40554230.pdf
Prensky, M. (2001). Digital Natives Digital Immigrant.
Obtido em 4 de 2011, de
http://www.marcprensky.com/writing/prensky%20-%20digital%20natives,%20digital%20immigrants%20-%20part1.pdf
Siemens, G., & Tittenberger, P. (3 de 2009). Handbook
of Emerging Technologies for Learning. Obtido em 15 de 4 de 2011, de
http://umanitoba.ca/learning_technologies/cetl/HETL.pdf
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